quinta-feira, 1 de março de 2012

CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA EM FELINOS



A miocardiopatia hipertrófica (HCM), é a doença cardíaca mais comum no gato e caracteriza-se por hipertrofia significativa e não explicada do ventrículo esquerdo. O ventrículo esquerdo não está dilatado e frequentemente está hiperdinâmico. Não existe causa definível contrastando hipertrofia do ventrículo esquerdo secundária á hipertireoidismo, hipertensão sistêmica ou estenose subaórtica. Embora a causa seja desconhecida, em seres humanos com HCM foram demonstradas mutações na cadeia pesada da beta miosina do miocárdio ; esse defeito pode ser responsável pela doença também em gatos. Outras hipóteses são alteração no transporte do cálcio no miocárdio, aumento da sensibilidade do miocárdio ás catecolaminas e aumento da produção de fatores tróficos do miocárdio. Hipertrofia do ventrículo esquerdo resulta em câmara rígida e não complacente, causando disfunção diastólica (de enchimento ventricular). Isso leva á pressões de enchimento do ventrículo esquerdo elevadas e á dilatação do átrio esquerdo. Á medida que a doença evolui, aumentam as pressões venosas pulmonares e ocorre edema pulmonar, A dilatação do átrio esquerdo predispõe o gato á arritmias atriais. A estase sanguínea no interior  do átrio esquerdo dilatado pode resultar em formação de trombo e doença tromboembólica. Os gatos acometidos também podem sofrer arritmias ventriculares fatais secundárias á isquemia do miocárdio. A idade média dos felinos acometidos é 6 anos, com variação de 8 mêses a 16 anos. Aproximadamente 75% são machos. As incidências relatadas são: gato doméstico de pêlo curto- 89,1%, gato persa- 6,5%; gato doméstico de pêlo longo- 2,2%, gato maine coon, 2,2% (outras raças tais como Bengal, Sphynx, florestas da Noruega, também podem ser acometidos sendo que existe uma característica genética e hereditária associada) Os sinais clínicos são variáveis. Muitos gatos não apresentam sinais clínicos por ocasião da comprovação da HCM. Na maioria das vezes, esses gatos são examinados por ter sido detectado sopro, ritmo de galope ou outra arritmia durante um exame de rotina. Por outro lado, o caso pode ser diagnosticado pela primeira vez apenas depois do surgimento de sinais clínicos graves, por exemplo, edema pulmonar fulminante ou tromboembolia sistêmica. As anormalidades descobertas durante o exame físico dependem do estágio da doença. Gatos com insuficiência cardíaca congestiva apresentam taquipnéia e respiração laboriosa. Gatos com tromboembolia sistêmica exibem sinais característicos. Ocorre sopro cardíaco em aproximadamente 65 a 95% dos gatos com HCM. Outros achados da auscultação podem ser ritmo de galope (40%) e outras arritmias.
Diagnósticos primários:
- Eletrocardiograma
-Radiografia de tórax
-Ecocardiograma
-Ecodoppler
Tratamento:
- reduzir o estresse
-facilitar a respiração
-oxigênio
Terapia secundária:
- Diltiazen
- Atenolol e propranolol
-Enalapril
-Aspirina ou warfarina
-diuréticos
O prognóstico dos gatos acometidos depende da gravidade da doença. Gatos sem sinais clínicos tem sobrevida média de aproximadamente 5 anos. Foi relatado que gatos com evidência de insuficiência cardíaca congestiva tem sobrevida média de 3 mêses, embora o tempo de sobrevida possa aumentar diante dos avanços terapêuticos. Frequentemente, tromboembolia sistêmica exacerba a insuficiência cardíaca congestiva. Também é provável a ocorrência de recidiva.

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