quarta-feira, 15 de junho de 2016



O corpo estranho linear ocorre com a ingestão de linhas, fios ou barbantes que ficam presos na base da língua e cujas duas extremidades são deglutidas. Ao passar pelo estômago o fio segue em direção ao intestino delgado e causa um pregueamento do intestino, frequentemente lacerando e causando peritonite bacteriana. Clinicamente o primeiro sintoma evidente é o vômito, inapetência, prostração, febre. Com a progressão do caso o animal evolui para perda de peso rápido. na maioria das vezes pode-se palpar um espessamento das alças intestinais, deve-se sempre observar a base da língua para visualização de linha principalmente de costura. Os exames de imagem no caso Ultrassom abdominal irá evidenciar um pregueamento das alças intestinais e em casos onde o corpo estranho está alojado há vários dias observa-se também peritonite focal, linfadenomegalia mesentérica. Pode-se também proceder um RX contrastado porém nunca na eminência de ruptura de alças intestinais. O prognóstico neste caso é sempre cirúrgico para remoção da linha, e sempre cortar a linha presa na base da língua antes de retirar o restante do intestino, cuidado com esta manipulação uma vez que a mesma pode lesionar a mucosa intestinal. Após o procedimento cirúrgico utilizar antibióticos específicos, analgesia e antinflamatório.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

MIOTONIA CONGÊNITA EM FELINOS

DEFINIÇÃO
Miotonia congênita é uma miopatia de origem genética dos gatos de origem musculoesquelética carcterizada pelo prolongamento da contração muscular em resposta a um estímulo mecânico, elétrico ou voluntário. Foi descrita em felinos domésticos de pêlo curto. É definida como uma patologia que afeta os canais receptores de íons na musculatura. Nos gatos Birmanêses com paralisia hipocalêmica, os canais de Ca++ parecem estar afetados, enquanto que na miotonia congênita, os canais de cloro estão predispostos. Estas alterações hereditárias são causadas por mutações genéticas que resultam numa perda do transporte de íons através da membrana celular, levando á uma polaridade anormal da célula e consequente disfunção celular. Isto faz com que haja uma despolarização na inervação da musculatura de tal magnitude que irá causar os sintomas clínicos clássicos.

SINTOMAS CLÍNICOS
Os gatinhos afetados apresentam um enrijecimento global da musculatura e espasmos á partir de 6 semanas de idade. Disfonia (vocalização) e disfagia são sintomas comuns. Estresse respiratório, estridor respiratório transitório e cianose podem ocorrer. Devido á natureza genética da doença, vários filhotes de uma mesma ninhada podem estar afetados. Estes apresentam um andar rígido, sendo mais exacerbado nos membros pélvicos devido á redução da flexibilidade das articulações. Este enrijecimento se agrava em temperaturas mais baixas e melhora com o exercício. Em um caso reportado, quando o filhote era estimulado a caminhar ele caía de lado em hiperextensão dos membros devido ao enrijecimento dos mesmos e ficava nesta posição por vários segundos, as orelhas abaixadas e blefaroespasmo também ocorriam. Hipertrofia dos membros proximais e da musculatura da língua também podem estar presentes em alguns casos, similar ao que ocorre na distrofia muscular de Duchenne.

DIAGNÓSTICO
O  diagnóstico da miotonia congênita é baseado nos sinais clínicos de gatinhos jovens. Deve-se proceder exame clínico completo, exames hematológicos incluindo avaliação bioquímica e enzimas musculares, eletromiografia se disponível, estudo da condução nervosa, exame histopatológico da musculatura e avaliação histoquímica e imunohistoquímica. Os níveis sanguineos de cretinina quinase geralmente são normais. O exame histopatológico da musculatura geralmente revela hipertrofia muscular e ocasional degeneração das fibras musculares. Os diagnósticos diferenciais incluem infecção por riquétsias, outras causas de miopatias como distrofia muscular de Duchenne, distrofia muscular por deficiência de alpha2 laminin, e miastenia grave congênita. 

TRATAMENTO
O tratamento geralmente é por terapia médica conservativa. As drogas que demonstraram algum benefício nos gatinhos afetados incluem procainamida, mexiletina, fentoína e quinidina.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

POLIDACTILIA EM FELINOS

Polidactilia se refere a uma anomalia física congênita na qual o gato nasce com 1 ou mais dígitos nas patas do que o número normal. Trata-se de uma doença genética autossômica dominante. Gatos normais tem um total de 18 dígitos sendo 5 em cada membro torácico e 4 em cada membro pélvico. Neste caso podem apresentar até 8 dígitos em cada membro. Um estudo genético do DNA de animais com esta condição indicam que diferentes mutações podem levar a esta alteração, concluindo-se que as colônias de gatos com polidactilia podem ter se  originado de diferentes grupos de gatos e não tido origem genética dos mesmos gatos.
O famoso escritor vencedor do prêmio nobel de literatura Ernest Hemingway foi um famoso aficcionado pelos gatos polidáctilos. Seu primeiro gato com polidactilia foi  presente de capitão de navio, era um gato branco chamado snowball. Após sua morte em 1961, sua residência em Key West, Florida se tornou um museu e o lar de seus gatos e hoje abriga cerca de 55 animais descendentes daqueles gatos, os quais mais de 50 % são polidáctilos. Nos EUA os gatos que apresentam esta anomalia são também  conhecidos como "Hemingway cats". A raça geneticamente mais predisposta á polidactilia é o Maine Coon.



domingo, 9 de novembro de 2014

PANCREATITE FELINA



A pancreatite aguda é caracterizada pela inflamação do tecido pancreático exócrino 
e por distúrbios da microcirculação pancreática. A maior parte dos pesquisadores
acredita que a PA seja causada pela ativação desregulada da tripsina nas
células acinares do pâncreas. A ativação enzimática dentro do pâncreas leva a
autodigestão da glândula e inflamação local. O processo se inicia quando os
mecanismos de proteção intracelular responsáveis por evitar a ativação do
tripsinogênio ou reduzir a atividade da tripsina (como a separação física dos
grânulos de zimogênio dos lisossomos, inibidores específicos de tripsina e
baixas concentrações intracelulares de cálcio ionizado) são sobrepujados. A
ativação inicial da tripsina pode se dar em decorrência de estresse oxidativo ou
hipotensão. Depois da ativação intracelular do tripsinogênio, também são
ativadas várias outras enzimas, como a elastase e a fosfolipase A2, assim como
o complemento e as vias de cinina. As enzimas pancreáticas ativadas são então
liberadas no tecido pancreático, provocando inflamação local. 
Fatores Predisponentes
Entre os gatos, a predisposição etária, sexual ou racial e a associação entre
índice de massa corporal e pancreatite não foram estabelecidas (a maior parte
das pesquisas associa esta doença a animais abaixo do peso, e não a obesos).
A faixa etária descrita em literatura é ampla (de 5 semanas a 20 anos de idade),
mas gatos com idade superior a 7 anos têm maior chance de desenvolver a
doença. Na maior parte dos casos, não se consegue identificar uma causa de
base ou um evento desencadeador, o que faz com que a doença seja
classificada como idiopática. Trauma abdominal, doenças infecciosas
(toxoplasmose, parasitose hepática, PIF e FIV), lipodistrofia e administração de
organofosforados já foram associados com a pancreatite felina, mas
aparentemente respondem por um percentual muito baixo de casos. Em um
estudo experimental com gatos, a hipercalcemia precipitou pancreatite; um outro
estudo relatou pancreatite celular induzida por aspirina. As evidências de que a
administração de glicocorticoides possa levar à inflamação pancreática aguda
em gatos permanecem anedóticas. O papel causal da inflamação intercorrente
do trato biliar e/ou intestinal na patogênese da pancreatite continua a ser objeto
de especulação. A colangite é o tipo mais importante de doença do trato biliar
com a qual já se estabeleceu uma associação.
Apresentação Clínica
Letargia (86-100%) e anorexia parcial ou total (95-97%) são os sinais clínicos
mais comuns em gatos com diagnóstico de pancreatite aguda necrosante.
Todos os demais sinais clínicos ocorrem apenas esporadicamente. É importante
notar que os sinais clássicos – “de livro” – da pancreatite em cães normalmente
estão ausentes em gatos – os vômitos ocorrem em 35 a 52% dos gatos; dor
abdominal, em 25%; diarreia, em 15%; e febre, em apenas 7%. Outros achados
e exame físicos relatados são: desidratação (92%), taquipneia (74%), hipotermia
(68%), taquicardia (48%) e dispneia (20%). Quase um quarto dos gatos com
pancreatite (23%) apresentam massa abdominal palpável, que pode ou não ser
dolorosa à palpação e é facilmente confundida com lesão em outra estrutura
intra-abdominal. Alguns casos de PA estão associados com síndromes clínicas
graves: choque, coagulação intravascular disseminada (CID) e falência de
múltiplos órgãos. Tanto a pancreatite aguda quanto a crônica podem estar
envolvidas no desenvolvimento de diabetes mellitus transitória ou permanente
Avaliação Laboratorial
As alterações hematológicas em gatos com pancreatite são inespecíficas. Em
gatos com NPA, os achados incluem anemia não-regenerativa (26%),
hemoconcentração (13%), leucocitose (30%) e leucopenia (15%). As alterações
bioquímicas nos gatos acometidos normalmente refletem doenças
concomitantes. Altas concentrações séricas de bilirrubina e o aumento da
atividade de enzimas hepáticas são comuns. A glicemia e a colesterolemia
podem estar elevadas, e também são comuns a azotemia e a redução dos
níveis séricos de potássio e cálcio. A baixa concentração plasmática de cálcio
ionizado tem sido correlacionada com um pior prognóstico em gatos com NPA.
A atividade da lipase sérica aumenta ligeiramente logo no início da pancreatite
experimental em gatos, porém a amilase sérica diminui de fato. A atividade
sérica de ambas as enzimas é frequentemente normal em gatos com pancreatite
espontânea. Os níveis de amilase e lipase aumentados estão associados à má
absorção crônica (doença intestinal crônica), e ambas as enzimas podem
aumentar sempre que a taxa de filtração glomerular estiver reduzida. Desta
forma, a atividade da lipase ou da amilase séricas não tem valor clínico no
diagnóstico da pancreatite em felinos. O teste Spec Fpl (Lipase Pancreática
Felina) é um ELISA monoclonal que está disponível comercialmente há pouco
tempo. Um estudo apresentado em formato de abstract (no Fórum ACVIM de
2009) estimou que a sensibilidade desse teste no diagnóstico da pancreatite
seja de 79% com especificidade de 82%, utilizando um valor de corte
diagnóstico >= 5,4 μg/L. O SNAP fPL é um teste muito útil que pode ser usado
no consultório para o diagnóstico de exclusão de pancreatite. Assim como
acontece com o Spec fPL, um resultado positivo precisa ser interpretado à luz de
outros dados clínicos.
Diagnóstico por Imagem
Assim como nos cães, a base racional para a solicitação de radiografias
abdominais em gatos com os sinais clínicos descritos acima é a exclusão de
outras causas de sinais gastrointestinais inespecíficos. Os achados em gatos
com pancreatite são semelhantes aos encontrados em cães.
A ultrassonografia abdominal é um exame diagnóstico fundamental em gatos
com suspeita de pancreatite. Entre os achados, podem aparecer: efusão
peritoneal; pâncreas hipoecoico com gordura peripancreática e mesentério
hiperecoicos; lesões cavitárias; efeito de massa na porção crania do abdome
e/ou dilatação do duto biliar. Em um estudo com felinos, a ultrassonografia
abdominal apresentou sensibilidade de 24% no diagnóstico de pancreatite. Isto
significa que em alguns gatos com PA confirmada por biópsia não há alterações
detectáveis na USG. Os achados ultrassonográficos anormais, no entanto, são
altamente específicos para pancreatite, o que significa que um gato com os
sinais clínicos característicos apresentando alterações ultrassonográficas no
pâncreas tem grandes chances de ter sido corretamente diagnosticado com pancreatite. 
A punção aspirativa por agulha fina guiada por ultrassonografia do pâncreas e do tecido 
e/ou fluido peri-pancreático pode auxiliar no diagnóstico de pancreatite.



terça-feira, 21 de outubro de 2014

TRANSFUSÃO DE SANGUE EM FELINOS



A primeira transfusão documentada em humanos foi feita em 1818, mas a medicina transfusional realmente decolou na década de 1920 e 1930, quando anti-coagulantes foram introduzidos, permitindo o armazenamento de sangue e o desenvolvimento de bancos de sangue. A medicina de transfusão humana tornou-se uma ciência muito avançada. Em medicina veterinária, as transfusões são realizadas com menos frequência, mas podem exercer um papel vital em situações de emergência e cuidados intensivos. Assim como nos seres humanos,  uma transfusão de sangue em um gato pode pode ser um procedimento que irá  salvar vidas, no entanto, as transfusões  devem ser feitas com cuidado - há dificuldades práticas associadas à coleta e armazenamento de sangue, e um maior risco de complicações, tanto para o doador quanto para o receptor. Uma transfusão de sangue fornece uma fonte imediata de glóbulos vermelhos, que são essenciais para o transporte de oxigênio pelo corpo. Uma transfusão de sangue pode, portanto, estar indicada na anemia grave e salvar vidas. No entanto o sangue contém muitos outros elementos que podem também ser úteis. Quando o sangue é transfundido os três principais elementos que podem ser fornecidos são: 
Os glóbulos vermelhos (eritrócitos): estas são as células que carream oxigênio ao redor do corpo e são indicados para tratar anemia. O percentual de hemáceas denominado hematócrito (PCV) pode ser utilizado para estimar o número de células vermelhas do sangue. Num gato normal, o PCV é geralmente entre 25% e 45%. Embora cada situação individual varie, uma transfusão de sangue será normalmente necessária se o PCV cair abaixo de 10-15%.
Plasma: este é o componente de fluido do sangue (em que as células vermelhas estão suspensas). Ele contém  proteínas com funções essenciais. Albumina - esta é a principal proteína no sangue, e a mais importante, ajuda a manter o fluido (água) dentro da circulação. Outros produtos químicos e hormônios podem ser transportados pela circulação estando ligados à albumina. Os fatores da coagulação - estes são criticamente importantes proteínas no sangue que causam a coagulação do sangue quando um vaso sanguíneo é danificado. Mediadores inflamatórios - uma variedade de proteínas são produzidos durante a inflamação para ajudar a combater as infecções e regular a inflamação. 
Plaquetas: são células muito pequenas no sangue que trabalham ao lado de fatores de coagulação para permitir a coagulação do sangue e evitar sangramento prolongado após a lesão. 
O sangue pode, potencialmente, ser separados em três desses componentes (glóbulos vermelhos, plaquetas e plasma), e isto é geralmente feito na medicina humana, de modo que os três elementos podem ser utilizados individualmente, quando necessário. No entanto, embora essa abordagem às vezes seja usada em transfusões caninas, é muito menos comum em gatos, em parte por causa do sangue de gato (glóbulos vermelhos, em particular) o qual não pode ser armazenado por um período de tempo longo, tendo uma durabilidade em média de 28 dias. 
Grupos sanguíneos e compatibilidade com o sangue 
Existem três grandes grupos sanguíneos em gatos - A, B e AB. O grupo A é o mais comum, enquanto o grupo B é comum em algumas raças de linhagem. Grupo AB parece ser raro em todas as raças. 
Os gatos que passam por transfusão de sangue não compatível podem desenvolver graves reações transfusionais com risco de vida, pois os gatos podem ter anticorpos de ocorrência natural (uma parte do sistema imunitário) no sangue contra as células vermelhas do sangue de tipo errado. Isto é particularmente verdadeiro para os gatos do tipo B que sempre têm níveis elevados de anticorpos contra o sangue do tipo A (e reagem mal se transfundidos  com  tipo sanguíneo A), mas o inverso também será  verdadeiro para gatos tipo A. 
As incompatibilidades e risco de reações transfusionais graves significa que os gatos só devem receber uma transfusão de sangue compatível. 
As reações a outros componentes do sangue, como glóbulos brancos, plaquetas e proteínas plasmáticas também podem ocorrer ocasionalmente, mas estes tendem a ser mais leves e geralmente são gerenciáveis. 
Evitando problemas de transfusão 
Devem ser tomadas medidas para assegurar, na medida do possível, que o sangue dos doadores e receptores seja compatível. No mínimo, de ambos os gatos A / B / grupo sanguíneo AB têm de ser verificados e, idealmente deve-se proceder o teste de aglutinação ou tipagem sanguínea do doador e receptor. 
O gato doador deve ser testado para infecções transmitidas pelo sangue, incluindo o vírus da leucemia felina (FeLV), vírus da imunodeficiência felina (FIV) e Mycoplasma haemofelis (a causa da anemia infecciosa felina). 
Muito cuidado é necessário durante a transfusão para evitar sobrecarregar a circulação do gato receptor, pois isso pode levar a insuficiência cardíaca - geralmente uma transfusão deve ser administrada lentamente por causa disso. 
Gatos receptores devem ser acompanhados de perto, especialmente durante o início da transfusão, para identificar qualquer reação. Os primeiros  milímetros de sangue devem ser administrados de forma muito lenta (por exemplo, 1 ml / kg / h durante os primeiros 30 minutos), de modo que quaisquer reações podem ser identificados e a transfusão interrompida. 
Garantir a segurança do doador de sangue 
Coleta de sangue de um gato doador deve ser feita com cuidado para garantir que os riscos sejam mantidos a um mínimo absoluto. As recomendações atuais são de que o gato doador deve ser: 
Saudável, totalmente vacinado e, idealmente, vivendo inteiramente dentro de casa 
Menos de 8 anos de idade 
Mais de 4,5 kg de peso corporal magro 
PCV deve ser superior a 30% e, de preferência acima de 35% 
Negativo para  FeLV / FIV / Mycoplasma haemofelis 
Mesmo quando são cumpridos todos estes critérios, a doação de sangue não está isenta de riscos - pressão arterial baixa pode ocorrer no doador após a remoção de uma quantidade significativa de sangue e doenças do coração, ocasionalmente, não detectados anteriormente podem se tornar aparentes após um gato doar sangue - o volume sangüíneo alterado pode induzir á insuficiência cardíaca e morte. Apesar de incomum, uma eco doppler cardiografia do coração pode ser útil na identificação de tais gatos antes de doar sangue. 
Bancos de sangue de felinos 
Com as precauções necessárias para transfusões de sangue, nem sempre é fácil encontrar um gato doador adequado em uma situação de emergência. 
Ter acesso a um banco de sangue local, onde sangue e seus produtos são armazenados e podem ser encomendados para entrega rápida, quando necessário, seria o ideal, fornecendo um sangue  já testado com hemograma . No entanto, isto não é fácil em se tratando de sangue de gato, em parte porque as  células vermelhas do sangue apenas podem ser armazenadas durante um tempo muito limitado (em torno de 28 dias). Os bancos de sangue podem tornar-se mais amplamente disponíveis
no futuro, mas são atualmente muito raros. 
Algumas clínicas podem manter um pequeno grupo de gatos  especificamente para a doação de sangue, e os gatos que necessitam de uma transfusão podem ser encaminhado para essas clínicas. Outra solução prática que algumas clínicas veterinárias adotam é manter um cadastro de proprietários que estão dispostos a permitir que seus gatos  sejam utilizados como doadores. Isso pode ser muito útil, embora não haja nenhuma solução perfeita.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

DIABETES EM FELINOS



 Diabetes melito (DM), o segundo distúrbio endócrino mais comum em gatos, é decorrente da destruição progressiva das células Beta-pancreáticas. Comumente, a ocorrência de DM é atribuída á deposição de um polipeptídeo de amilóide nas ilhotas; trata-se de uma proteína que polimeriza com amilóide. O resultado é a diminuição da capacidade das células Beta em detectar os níveis de glicose no sangue e responder com a apropriada liberação de insulina. O DM secundário é decorrente de distúrbio subjacente (obesidade, doença de cushing, acromegalia, administração prolongada de antinflamatórios esteroidais) que causa resistência á insulina. O DM também pode ser causado por pancreatite crônica, doença provavelmente mais comum do que se imagina. Como seu nome implica, DM dependente de insulina depende de injeções de insulina para seu controle. Já o diabetes melito não dependente de insulina pode ser controlado com hipoglicemiantes orais ou injeções. Os sinais clínicos clássicos são poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso. Estes sinais surgem devido á hiperglicemia persistente. Quando o diabetes melito não está compensado o gato apresenta-se com estado patológico mais complicado: cetoacidose diabética. Em casos assim, ocorrem cetonúria, acidose e diversos desequilíbrios eletrolíticos. É imperativo que se identifique a cetoacidose, pois trata-se de uma emergência clínica.
SINAIS CLÍNICOS:
Poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso
Hiperglicemia e glicosúria persistentes
Cetonúria
Frutosamina aumentada (prova diagnóstica)
Presença de pancreatite ou tríade felina também podem desencadear diabetes melito
É uma doença de animais mais velhos
Obesidade predispõe
EXAMES:
- Glicemia sérica
- Frutosamina
-exame de urina
TRATAMENTO:
- Orientação ao proprietário sobre o comprometimento durante o tratamento
-Insulina- existem vários produtos disponíveis de uso humano e uso veterinário administrados á cada 12 horas
-Curva glicêmica- feita para ajustar a dose da insulina
-Dieta para diabéticos- rações terapêuticas específicas com baixo teor calórico e ricas em fibras
-Dietas ricas em proteína e gordura e pobres em carboidratos
-Antibióticos- em alguns casos ocorrem infecções oportunistas e faz-se necessário
-Hipoglicemiantes orais
CONCLUSÃO:
É importante salientar que diabetes é uma doença geralmente relacionada á gatos idosos e obesos, salvo quando há doenças desencadeantes como por exemplo pancreatite, outra observação importante é o fato de gatos apresentarem hiperglicemia por estresse e até mesmo por coleta de sangue podendo desencadear um diagnóstico errôneo, e neste caso sempre dosar frutosamina e ver presença ou ausência de glicosúria.
O prognóstico nos casos não complicados é bom desde que o proprietário esteja disposto a se comprometer no tratamento, deve-se fazer um controle periódico da glicemia para eventuais ajustes na dose de insulina.



segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

SURDEZ EM GATOS BRANCOS

Os gatos brancos de olhos azuis ou que apresentam olhos ímpares (uma íris de cada cor- um olho azul e outro amarelo) são gatos que apresentam uma predisposição genética para surdez congênita. Alguns gatos brancos podem sofrer de surdez congênita causada por uma degeneração do ouvido interno . Esta condição está associada com olhos de cor azul  . Em gatos brancos com olhos ímpares ( Odd eyed cats), verificou-se que a surdez é mais susceptível de afectar o ouvido do lado de olhos azuis.  Os gatos brancos podem ter olhos de coloração azul, dourado, verde ou cobre ou ainda olhos  impares.
Num estudo de gatos brancos com diferentes graus de deficiência auditiva 1997, 72% dos animais foram considerados totalmente surdos. Constatou-se que o órgão de Corti  ( órgão de Corti ou "órgão espiral", é encontrado apenas em mamíferos, é parte da cóclea do ouvido interno e é fornecido com células ciliadas ou células sensoriais auditivas. Ele evoluiu a partir da papila basilar encontrada em todos os tetrápodes, com exceção de algumas espécies derivadas que a perderam). sofreu uma  degeneração dentro das primeiras semanas após o nascimento,causando uma surdez progressiva e sugerindo que estes animais nunca tinha experimentado todas as sensações auditivas. Verificou-se que alguns meses depois de o órgão de Corti tinha degenerado, o gânglio espiral também começou a degenerar. 

Genética 

O gene que faz com que um gato tenha a pelagem inteiramente branca é um gene dominante de mascaramento. Como resultado, o gato tem uma cor genética de revestimento de base e padrão ou seja o aspécto da pelagem (fenótipo) é branco mas o genótipo é por exemplo vermelho e este indivíduo poderá gerar filhotes de cor vermelha além de filhotes brancos. Quando o gene branco dominante está presente, no entanto, este padrão não será expresso. Um gato que é homozigoto (WW) ou heterozigotos (Ww) para este gene terá uma pelagem branca, apesar do padrão / cor básica. Um gato que não tem esse gene dominante mascaramento (ww) vai apresentar uma cor da pelagem / padrão. É, contudo, possível ter um gato com um revestimento branco, naturalmente sem este gene, como uma forma extrema de manchas brancas , embora isto seja raro - alguma pequena mancha não branca geralmente continua (se apenas durante a idade de filhote). Um filhote branco obrigatoriamente tem um ou os dois pais brancos. E a incidência de filhotes brancos de olhos azuis ou olhos ímpares surdos aumenta significativamente se os dois pais forem brancos. e o padrão de revestimento subjacente é de um gato ponteado (também referido como um padrão de siameses), os olhos azuis podem ser provenientes da genética do gene ponteado. Um equívoco comum é de que todos os gatos brancos de olhos azuis são surdos. Não existe tratamento para esta patologia.

sábado, 7 de dezembro de 2013

FIV - IMUNODEFICIÊNCIA FELINA AIDS FELINA



O vírus da imunodeficiência felina foi isolado em 1986 a partir de um gato com sintomas clínicos que foram notavelmente semelhantes aos observados em humanos com a síndrome da imunodeficiência adquirida ( AIDS) , a doença associada com o vírus da imunodeficiência humana ( HIV) . Os gatos adquirem a infecção ao serem mordidos por um outro gato que está infectado com o vírus. Os gatos machos não castrados estão em maior risco devido à sua territorialidade e maior propensão para a luta. O contato casual, não agressivo não transmite o vírus. Também não se deve compartilhar alimentos e tigelas de água ou caixas de areia. "Embora o FIV seja semelhante ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), e resulte em uma doença semelhante a AIDS , infecções por FIV está restrita apenas aos gatos "  "Não obstante, do ponto de vista da saúde pública , as pessoas imunocomprometidas não devem ser expostas a infecção por FIV em gatos por causa de outras infecções transmissíveis que estes gatos possam ter. "

FIV progressivamente interrompe a função imune normal. Os gatos expostos ao vírus podem passar por três estágios da infecção : a fase aguda , com duração de 3 a 6 mêses, o estágio subclínico , de mêses a anos, e na fase crônica ( fase AIDS felina) , o que também pode durar mêses ou anos . Gatos na primeira fase ( aguda) da doença leve apresentam febre, linfadenomegalia , letargia intermitente e diminuição do apetite  . A maioria dos gatos se recupera sem tratamento , e raramente são apresentados para cuidados veterinários nesta fase. Os gatos então avançam para a fase subclínica , onde permanecem clinicamente saudáveis ​​, embora a sua função imunológica continue a deteriorar-se , uma vez que o vírus causa um declínio contínuo nas células CD4 (leucócitos) glóbulos brancos importantes para a função imune adequada. Como indicado acima, esta fase pode durar vários meses ou anos. À medida que suas células CD4 + atingirem níveis muito baixos, a terceira fase da doença se desenvolve , e os gatos podem mostrar sinais clínicos da doença.

Muitos gatos infectados pelo FIV são saudáveis,  e permanecem na fase subclínica durante anos. Outros têm uma história de doença recorrente . Três dos distúrbios mais comuns associados com FIV são estomatite (inflamação da boca) , doenças neurológicas e câncer.

Manifestações comuns de gatos infectados por FIV :

Estomatite (inflamação da boca)
Câncer ( especialmente neoplasia e carcinoma de células escamosas cutâneo )
Ocular (olho) inflamação
Anemia e leucopenia (contagens baixas de glóbulos brancos )
infecções oportunistas
insuficiência renal
Doença do trato urinário inferior
Distúrbios glandulares ( hipertireoidismo, diabetes)
Problemas gastrointestinais crônicos
Desordens da pele crônicas

Alcançar um diagnóstico é relativamente simples. Exames de sangue intra-hospitalares projetados para detectar anticorpos contra o FIV são baratos e fáceis de executar, e pode fornecer resultados em minutos . O teste é muito preciso, no entanto, porque os resultados falso positivos são vistos ocasionalmente , um gato que testa positivo em um ensaio em casa deve ter  o teste repetido com uma amostra de sangue diferente, ou ter o - de FIV confirmada com um tipo diferente de teste (chamado de teste de Western blot ) .

A terapia é geralmente sintomática. Porém , muitos gatos infectados com FIV respondem bem como os seus homólogos não infectados para medicamentos e tratamentos adequados, embora um curso mais longo ou mais agressivo do tratamento é muitas vezes necessário. As patologias orais, de pele, gastrointestinais ou infecções são tratadas com antimicrobianos apropriados. As condições inflamatórias podem necessitar de terapia com drogas anti- inflamatórias sistémicas , tais como corticosteróides . O tratamento da infecção viral em si é um pouco limitado . O uso clínico de medicamentos antivirais ainda não é muito comum na medicina veterinária . exceto por interferon que atua diretamente na imunidade do animal.  Em vez disso , os medicamentos humanos tem sido usados ​​nos animais. A maioria dessas drogas são destinados especificamente para o tratamento da infecção pelo HIV. Zidovudin (AZT) tem sido a droga anti- FIV mais estudada . O AZT não parece melhorar os sinais clínicos e estado imunitário de gatos infectados com FIV , ou melhorar o tempo de sobrevivência.  Embora não exista tratamento licenciado ou aprovado que  tenha demonstrado  reverter infecções FIV bem estabelecidos em gatos , um estudo descrito na edição de Agentes Antimicrobianos e Quimioterapia ( o jornal oficial da Sociedade Americana de Microbiologia ) em abril de 2003 gerou um pouco de esperança . Nesse estudo , os cientistas do Parker Hughes Cancer Center, em Roseville , Minnesota relataram  o sucesso do tratamento de gatos cronicamente infectados com FIV usando uma droga chamada stampidine . Os gatos no estudo mostraram uma queda da carga viral , quando tratados com a droga. Em doses mais elevadas , stampidine eliminou FIV em alguns gatos , sem efeitos colaterais. Nenhuma decisão ainda foi tomada quanto a saber se esse medicamento será disponibilizado para gatos.

Os proprietários de gatos FIV -positivos devem manter seus gatos estritamente dentro de casa, não só para evitar que seu gato propague  a doença para outros gatos , mas para evitar que seu gato imunossuprimido possa ser exposto a agentes infecciosos portados por outros animais. Os proprietários de gatos FIV -negativos devem manter seus gatos dentro de casa, para evitar encontros com gatos infectados. Gatos que tem acesso externo devem ser  castrados , para limitar a propagação de FIV , diminuindo o comportamento de agressividade.
Em março de 2003, o Departamento de Agricultura dos EUA aprovou a primeira vacina contra o FIV . A vacina já está disponível para médicos veterinários de todo o país (EUA) . Embora a vacina deva proporcionar uma imunidade contra a infecção por FIV razoável , a sua utilização permanece controversa. O teste de FIV atual é concebido para detectar anticorpos contra o vírus. Os gatos vacinados contra FIV irão desenvolver anticorpos contra o vírus. Como tal, se um gato de estado vacinal desconhecido é apresentado a um veterinário ou abrigo de animais , e  o gato testa positivo em um teste de FIV , de momento não é possível distinguir se os anticorpos em seu sangue ocorreram em resposta à anterior vacinação , ou em resposta a uma infecção natural . Até que seja desenvolvido um teste que possa distinguir entre anticorpos induzidos pela vacina contra anticorpos que surgiram devido a infecção natural , os veterinários devem avaliar os potenciais riscos e benefícios da vacinação com base em cada estilo de vida destes gatos.

Com os devidos cuidados , os gatos infectados pelo FIV podem viver muitos anos, e  de fato, podem morrer de doenças comuns aos gatos idosos e não de doenças relacionadas com a sua infecção pelo FIV . Qualidade de vida para os gatos FIV positivos é geralmente  boa .

Quando os gatos devem ser testados para FIV ?

• Se o gato nunca foi testado antes
• Se o gato está doente , mesmo que o gato testou negativo no passado, se a exposição posterior não pode ser descartada
• Quando o gato é adotado , independentemente de saber se existem ou não existem quaisquer outros gatos em casa
• Se o gato foi recentemente exposto a um gato infectado
• Se o gato foi recentemente exposto a um gato de estado desconhecido
• Se você está pensando em vacinar o gato contra o FIV

terça-feira, 22 de outubro de 2013

CATARATA EM FELINOS

Os olhos são também chamados de "a janela da alma",  mas frequentemente para os proprietários de gatos e seus veterinários os olhos dos gatos são também a janela para o gato todo! Isto significa que invariavelmente as doenças oculares em felinos não são primárias e sim secundárias á doenças sistêmicas.
Muitos processos oculares em gatos são secundários á doenças do trato respiratório inferior, como por exemplo aqueles causados por herpes virus HPV-1, clamydia
A maioria das cataratas em felinos é secundária, e em contraste com o cão, cataratas primárias  e hereditárias são raras no gato. Até hoje, todas as cataratas relatadas como sendo hereditárias eram apresentadas de forma congênita. Cataratas secundárias podem ser divididas naquelas associadas a trauma, luxação da lente, uveíte anterior ou glaucoma. Cataratas traumáticas são relativamente comuns no gato e frequentemente são sequelas de lesão ocular perfurante, particularmente de garras de gatos. Cataratas traumáticas tendem a ser unilaterais e primariamente na região do trauma. Elas frequentemente estão associadas com sinéquias posteriores também. Cataratas traumáticas geralmente são lentamente progressivas.. Quando a ruptura da cápsula da lente é suficientemente grande, proteínas da lente podem escapar, desse modo causando uveíte grave. Cataratas também frequentemente ocorrem como sequela de luxação da lente no gato e aparecem como opacidades corticais, subcapsulares difusas. A causa mais comum de catarata secundária felina é a inflamção do segmento anterior (especialmente os tipos crônicos) e elas estão associadas a sinéquia posterior, rubeosis irides, membranas inflamatórias pupilares e perirídica, e progreção lenta.
Quatro tipos de cataratas metabólicas / tóxicas tem sido relatadas no gato:
1. Aquelas que consistem de opacidade da lente anterior e posterior difusas, bem como vacuolização das suturas e, "Y" posteriores em gatinhos alimentados com sucedâneos lácteos disponíveis comercialmente;
2. Cataratas diabéticas, que são incomuns e aparecem como vacúolos no equador da lente;
3. Aquelas relacionadas com hiperparatireoidismo nutricional secundário e hipocalcemia, que aparecem como opacidades subcapsulares posteriores axiais;
4. Aquelas resultantes do tratamento tópico prolongado com dexametasona 0,1%, que aparecem como opacidades subcapsulares, presumivelmente posteriores.
O tratamento da catarata é efetivamente cirúrgico por técnica de facoemulsificação com implante de lente artificial.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

DERMATOFITOSE (TINHA, FUNGO, MICOSE DOS GATOS)




Dermatofitose, frequentemente chamada de tinha, é uma infecção fúngica que acomente as camadas superficiais da pele e áreas cornificadas da pele e unhas. Quase todos os casos felinos (cerca de 95 %) são causados por Microsporum canis. O gato também pode estar infectado por trichophyton mentagrophytes e Microsporum gypseum. A exposição direta ao fungo não resulta necessariamente em infecção e nem sempre a infecção causa sinais clínicos. Gatos de pêlo longo tem maior probabilidade de sofrer infecções sintomáticas. O período de incubação típico vai de 1 a 14 semanas, mas alguns gatos permancem portadores assintomáticos por longos períodos. As lesões tem o típico aspécto de áreas circulares de alopecia, mas esse aspécto pode ser tão diversificado que devemos suspeitar de dermatofitose em praticamente qualquer gato com doença cutânea, inclusive os acometidos por dermatite miliar. Os fatores de risco são imunossupressão, locais onde vivem muitos gatos, desnutrição, más condições de higiene e ausência de quarentena para novos gatos que chegam a uma habitação onde já vivem vários gatos.

DIAGNÓSTICO
-Sinais clínicos:
As lesões clássicas podem estar leve ou moderadamente pruriginosas, acompanhadas de alopecia parcial ou maculosa e formação de escamas e crostas. Frequentemente os gatos estão acometidos na cabeça, face, e membros anteriores. Contudo, dermatofitose pode  parecer-se com qualquer distúrbio felino na pele ou nas unhas.
-Exame com lâmpada de Wood
-Cultura para fungos

TERAPÊUTICA PRIMÁRIA
- Quarentena
-Terapia tópica- clotrimazol / miconazol
-Terapia sistêmica- griseofulvina / cetoconazol
-Controle do ambiente
-Corte dos pêlos
-Vacinação- deve ser associada ao tratamento geral.

 A DERMATOFITOSE É CONTAGIOSA PARA OS SERES HUMANOS, TRATANDO-SE DE UMA ZOONOSE.

PROGNÓSTICO
Alguns gatos tem infecções autolimitantes, mas a infecção persistente, estado de portador ou zoonose justifica o tratamtneo intenso. Em geral o prognóstico é bom se forem tomadas medidas terapêuticas rigorosas.