segunda-feira, 10 de novembro de 2014

POLIDACTILIA EM FELINOS

Polidactilia se refere a uma anomalia física congênita na qual o gato nasce com 1 ou mais dígitos nas patas do que o número normal. Trata-se de uma doença genética autossômica dominante. Gatos normais tem um total de 18 dígitos sendo 5 em cada membro torácico e 4 em cada membro pélvico. Neste caso podem apresentar até 8 dígitos em cada membro. Um estudo genético do DNA de animais com esta condição indicam que diferentes mutações podem levar a esta alteração, concluindo-se que as colônias de gatos com polidactilia podem ter se  originado de diferentes grupos de gatos e não tido origem genética dos mesmos gatos.
O famoso escritor vencedor do prêmio nobel de literatura Ernest Hemingway foi um famoso aficcionado pelos gatos polidáctilos. Seu primeiro gato com polidactilia foi  presente de capitão de navio, era um gato branco chamado snowball. Após sua morte em 1961, sua residência em Key West, Florida se tornou um museu e o lar de seus gatos e hoje abriga cerca de 55 animais descendentes daqueles gatos, os quais mais de 50 % são polidáctilos. Nos EUA os gatos que apresentam esta anomalia são também  conhecidos como "Hemingway cats". A raça geneticamente mais predisposta á polidactilia é o Maine Coon.



domingo, 9 de novembro de 2014

PANCREATITE FELINA



A pancreatite aguda é caracterizada pela inflamação do tecido pancreático exócrino 
e por distúrbios da microcirculação pancreática. A maior parte dos pesquisadores
acredita que a PA seja causada pela ativação desregulada da tripsina nas
células acinares do pâncreas. A ativação enzimática dentro do pâncreas leva a
autodigestão da glândula e inflamação local. O processo se inicia quando os
mecanismos de proteção intracelular responsáveis por evitar a ativação do
tripsinogênio ou reduzir a atividade da tripsina (como a separação física dos
grânulos de zimogênio dos lisossomos, inibidores específicos de tripsina e
baixas concentrações intracelulares de cálcio ionizado) são sobrepujados. A
ativação inicial da tripsina pode se dar em decorrência de estresse oxidativo ou
hipotensão. Depois da ativação intracelular do tripsinogênio, também são
ativadas várias outras enzimas, como a elastase e a fosfolipase A2, assim como
o complemento e as vias de cinina. As enzimas pancreáticas ativadas são então
liberadas no tecido pancreático, provocando inflamação local. 
Fatores Predisponentes
Entre os gatos, a predisposição etária, sexual ou racial e a associação entre
índice de massa corporal e pancreatite não foram estabelecidas (a maior parte
das pesquisas associa esta doença a animais abaixo do peso, e não a obesos).
A faixa etária descrita em literatura é ampla (de 5 semanas a 20 anos de idade),
mas gatos com idade superior a 7 anos têm maior chance de desenvolver a
doença. Na maior parte dos casos, não se consegue identificar uma causa de
base ou um evento desencadeador, o que faz com que a doença seja
classificada como idiopática. Trauma abdominal, doenças infecciosas
(toxoplasmose, parasitose hepática, PIF e FIV), lipodistrofia e administração de
organofosforados já foram associados com a pancreatite felina, mas
aparentemente respondem por um percentual muito baixo de casos. Em um
estudo experimental com gatos, a hipercalcemia precipitou pancreatite; um outro
estudo relatou pancreatite celular induzida por aspirina. As evidências de que a
administração de glicocorticoides possa levar à inflamação pancreática aguda
em gatos permanecem anedóticas. O papel causal da inflamação intercorrente
do trato biliar e/ou intestinal na patogênese da pancreatite continua a ser objeto
de especulação. A colangite é o tipo mais importante de doença do trato biliar
com a qual já se estabeleceu uma associação.
Apresentação Clínica
Letargia (86-100%) e anorexia parcial ou total (95-97%) são os sinais clínicos
mais comuns em gatos com diagnóstico de pancreatite aguda necrosante.
Todos os demais sinais clínicos ocorrem apenas esporadicamente. É importante
notar que os sinais clássicos – “de livro” – da pancreatite em cães normalmente
estão ausentes em gatos – os vômitos ocorrem em 35 a 52% dos gatos; dor
abdominal, em 25%; diarreia, em 15%; e febre, em apenas 7%. Outros achados
e exame físicos relatados são: desidratação (92%), taquipneia (74%), hipotermia
(68%), taquicardia (48%) e dispneia (20%). Quase um quarto dos gatos com
pancreatite (23%) apresentam massa abdominal palpável, que pode ou não ser
dolorosa à palpação e é facilmente confundida com lesão em outra estrutura
intra-abdominal. Alguns casos de PA estão associados com síndromes clínicas
graves: choque, coagulação intravascular disseminada (CID) e falência de
múltiplos órgãos. Tanto a pancreatite aguda quanto a crônica podem estar
envolvidas no desenvolvimento de diabetes mellitus transitória ou permanente
Avaliação Laboratorial
As alterações hematológicas em gatos com pancreatite são inespecíficas. Em
gatos com NPA, os achados incluem anemia não-regenerativa (26%),
hemoconcentração (13%), leucocitose (30%) e leucopenia (15%). As alterações
bioquímicas nos gatos acometidos normalmente refletem doenças
concomitantes. Altas concentrações séricas de bilirrubina e o aumento da
atividade de enzimas hepáticas são comuns. A glicemia e a colesterolemia
podem estar elevadas, e também são comuns a azotemia e a redução dos
níveis séricos de potássio e cálcio. A baixa concentração plasmática de cálcio
ionizado tem sido correlacionada com um pior prognóstico em gatos com NPA.
A atividade da lipase sérica aumenta ligeiramente logo no início da pancreatite
experimental em gatos, porém a amilase sérica diminui de fato. A atividade
sérica de ambas as enzimas é frequentemente normal em gatos com pancreatite
espontânea. Os níveis de amilase e lipase aumentados estão associados à má
absorção crônica (doença intestinal crônica), e ambas as enzimas podem
aumentar sempre que a taxa de filtração glomerular estiver reduzida. Desta
forma, a atividade da lipase ou da amilase séricas não tem valor clínico no
diagnóstico da pancreatite em felinos. O teste Spec Fpl (Lipase Pancreática
Felina) é um ELISA monoclonal que está disponível comercialmente há pouco
tempo. Um estudo apresentado em formato de abstract (no Fórum ACVIM de
2009) estimou que a sensibilidade desse teste no diagnóstico da pancreatite
seja de 79% com especificidade de 82%, utilizando um valor de corte
diagnóstico >= 5,4 μg/L. O SNAP fPL é um teste muito útil que pode ser usado
no consultório para o diagnóstico de exclusão de pancreatite. Assim como
acontece com o Spec fPL, um resultado positivo precisa ser interpretado à luz de
outros dados clínicos.
Diagnóstico por Imagem
Assim como nos cães, a base racional para a solicitação de radiografias
abdominais em gatos com os sinais clínicos descritos acima é a exclusão de
outras causas de sinais gastrointestinais inespecíficos. Os achados em gatos
com pancreatite são semelhantes aos encontrados em cães.
A ultrassonografia abdominal é um exame diagnóstico fundamental em gatos
com suspeita de pancreatite. Entre os achados, podem aparecer: efusão
peritoneal; pâncreas hipoecoico com gordura peripancreática e mesentério
hiperecoicos; lesões cavitárias; efeito de massa na porção crania do abdome
e/ou dilatação do duto biliar. Em um estudo com felinos, a ultrassonografia
abdominal apresentou sensibilidade de 24% no diagnóstico de pancreatite. Isto
significa que em alguns gatos com PA confirmada por biópsia não há alterações
detectáveis na USG. Os achados ultrassonográficos anormais, no entanto, são
altamente específicos para pancreatite, o que significa que um gato com os
sinais clínicos característicos apresentando alterações ultrassonográficas no
pâncreas tem grandes chances de ter sido corretamente diagnosticado com pancreatite. 
A punção aspirativa por agulha fina guiada por ultrassonografia do pâncreas e do tecido 
e/ou fluido peri-pancreático pode auxiliar no diagnóstico de pancreatite.



terça-feira, 21 de outubro de 2014

TRANSFUSÃO DE SANGUE EM FELINOS



A primeira transfusão documentada em humanos foi feita em 1818, mas a medicina transfusional realmente decolou na década de 1920 e 1930, quando anti-coagulantes foram introduzidos, permitindo o armazenamento de sangue e o desenvolvimento de bancos de sangue. A medicina de transfusão humana tornou-se uma ciência muito avançada. Em medicina veterinária, as transfusões são realizadas com menos frequência, mas podem exercer um papel vital em situações de emergência e cuidados intensivos. Assim como nos seres humanos,  uma transfusão de sangue em um gato pode pode ser um procedimento que irá  salvar vidas, no entanto, as transfusões  devem ser feitas com cuidado - há dificuldades práticas associadas à coleta e armazenamento de sangue, e um maior risco de complicações, tanto para o doador quanto para o receptor. Uma transfusão de sangue fornece uma fonte imediata de glóbulos vermelhos, que são essenciais para o transporte de oxigênio pelo corpo. Uma transfusão de sangue pode, portanto, estar indicada na anemia grave e salvar vidas. No entanto o sangue contém muitos outros elementos que podem também ser úteis. Quando o sangue é transfundido os três principais elementos que podem ser fornecidos são: 
Os glóbulos vermelhos (eritrócitos): estas são as células que carream oxigênio ao redor do corpo e são indicados para tratar anemia. O percentual de hemáceas denominado hematócrito (PCV) pode ser utilizado para estimar o número de células vermelhas do sangue. Num gato normal, o PCV é geralmente entre 25% e 45%. Embora cada situação individual varie, uma transfusão de sangue será normalmente necessária se o PCV cair abaixo de 10-15%.
Plasma: este é o componente de fluido do sangue (em que as células vermelhas estão suspensas). Ele contém  proteínas com funções essenciais. Albumina - esta é a principal proteína no sangue, e a mais importante, ajuda a manter o fluido (água) dentro da circulação. Outros produtos químicos e hormônios podem ser transportados pela circulação estando ligados à albumina. Os fatores da coagulação - estes são criticamente importantes proteínas no sangue que causam a coagulação do sangue quando um vaso sanguíneo é danificado. Mediadores inflamatórios - uma variedade de proteínas são produzidos durante a inflamação para ajudar a combater as infecções e regular a inflamação. 
Plaquetas: são células muito pequenas no sangue que trabalham ao lado de fatores de coagulação para permitir a coagulação do sangue e evitar sangramento prolongado após a lesão. 
O sangue pode, potencialmente, ser separados em três desses componentes (glóbulos vermelhos, plaquetas e plasma), e isto é geralmente feito na medicina humana, de modo que os três elementos podem ser utilizados individualmente, quando necessário. No entanto, embora essa abordagem às vezes seja usada em transfusões caninas, é muito menos comum em gatos, em parte por causa do sangue de gato (glóbulos vermelhos, em particular) o qual não pode ser armazenado por um período de tempo longo, tendo uma durabilidade em média de 28 dias. 
Grupos sanguíneos e compatibilidade com o sangue 
Existem três grandes grupos sanguíneos em gatos - A, B e AB. O grupo A é o mais comum, enquanto o grupo B é comum em algumas raças de linhagem. Grupo AB parece ser raro em todas as raças. 
Os gatos que passam por transfusão de sangue não compatível podem desenvolver graves reações transfusionais com risco de vida, pois os gatos podem ter anticorpos de ocorrência natural (uma parte do sistema imunitário) no sangue contra as células vermelhas do sangue de tipo errado. Isto é particularmente verdadeiro para os gatos do tipo B que sempre têm níveis elevados de anticorpos contra o sangue do tipo A (e reagem mal se transfundidos  com  tipo sanguíneo A), mas o inverso também será  verdadeiro para gatos tipo A. 
As incompatibilidades e risco de reações transfusionais graves significa que os gatos só devem receber uma transfusão de sangue compatível. 
As reações a outros componentes do sangue, como glóbulos brancos, plaquetas e proteínas plasmáticas também podem ocorrer ocasionalmente, mas estes tendem a ser mais leves e geralmente são gerenciáveis. 
Evitando problemas de transfusão 
Devem ser tomadas medidas para assegurar, na medida do possível, que o sangue dos doadores e receptores seja compatível. No mínimo, de ambos os gatos A / B / grupo sanguíneo AB têm de ser verificados e, idealmente deve-se proceder o teste de aglutinação ou tipagem sanguínea do doador e receptor. 
O gato doador deve ser testado para infecções transmitidas pelo sangue, incluindo o vírus da leucemia felina (FeLV), vírus da imunodeficiência felina (FIV) e Mycoplasma haemofelis (a causa da anemia infecciosa felina). 
Muito cuidado é necessário durante a transfusão para evitar sobrecarregar a circulação do gato receptor, pois isso pode levar a insuficiência cardíaca - geralmente uma transfusão deve ser administrada lentamente por causa disso. 
Gatos receptores devem ser acompanhados de perto, especialmente durante o início da transfusão, para identificar qualquer reação. Os primeiros  milímetros de sangue devem ser administrados de forma muito lenta (por exemplo, 1 ml / kg / h durante os primeiros 30 minutos), de modo que quaisquer reações podem ser identificados e a transfusão interrompida. 
Garantir a segurança do doador de sangue 
Coleta de sangue de um gato doador deve ser feita com cuidado para garantir que os riscos sejam mantidos a um mínimo absoluto. As recomendações atuais são de que o gato doador deve ser: 
Saudável, totalmente vacinado e, idealmente, vivendo inteiramente dentro de casa 
Menos de 8 anos de idade 
Mais de 4,5 kg de peso corporal magro 
PCV deve ser superior a 30% e, de preferência acima de 35% 
Negativo para  FeLV / FIV / Mycoplasma haemofelis 
Mesmo quando são cumpridos todos estes critérios, a doação de sangue não está isenta de riscos - pressão arterial baixa pode ocorrer no doador após a remoção de uma quantidade significativa de sangue e doenças do coração, ocasionalmente, não detectados anteriormente podem se tornar aparentes após um gato doar sangue - o volume sangüíneo alterado pode induzir á insuficiência cardíaca e morte. Apesar de incomum, uma eco doppler cardiografia do coração pode ser útil na identificação de tais gatos antes de doar sangue. 
Bancos de sangue de felinos 
Com as precauções necessárias para transfusões de sangue, nem sempre é fácil encontrar um gato doador adequado em uma situação de emergência. 
Ter acesso a um banco de sangue local, onde sangue e seus produtos são armazenados e podem ser encomendados para entrega rápida, quando necessário, seria o ideal, fornecendo um sangue  já testado com hemograma . No entanto, isto não é fácil em se tratando de sangue de gato, em parte porque as  células vermelhas do sangue apenas podem ser armazenadas durante um tempo muito limitado (em torno de 28 dias). Os bancos de sangue podem tornar-se mais amplamente disponíveis
no futuro, mas são atualmente muito raros. 
Algumas clínicas podem manter um pequeno grupo de gatos  especificamente para a doação de sangue, e os gatos que necessitam de uma transfusão podem ser encaminhado para essas clínicas. Outra solução prática que algumas clínicas veterinárias adotam é manter um cadastro de proprietários que estão dispostos a permitir que seus gatos  sejam utilizados como doadores. Isso pode ser muito útil, embora não haja nenhuma solução perfeita.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

DIABETES EM FELINOS



 Diabetes melito (DM), o segundo distúrbio endócrino mais comum em gatos, é decorrente da destruição progressiva das células Beta-pancreáticas. Comumente, a ocorrência de DM é atribuída á deposição de um polipeptídeo de amilóide nas ilhotas; trata-se de uma proteína que polimeriza com amilóide. O resultado é a diminuição da capacidade das células Beta em detectar os níveis de glicose no sangue e responder com a apropriada liberação de insulina. O DM secundário é decorrente de distúrbio subjacente (obesidade, doença de cushing, acromegalia, administração prolongada de antinflamatórios esteroidais) que causa resistência á insulina. O DM também pode ser causado por pancreatite crônica, doença provavelmente mais comum do que se imagina. Como seu nome implica, DM dependente de insulina depende de injeções de insulina para seu controle. Já o diabetes melito não dependente de insulina pode ser controlado com hipoglicemiantes orais ou injeções. Os sinais clínicos clássicos são poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso. Estes sinais surgem devido á hiperglicemia persistente. Quando o diabetes melito não está compensado o gato apresenta-se com estado patológico mais complicado: cetoacidose diabética. Em casos assim, ocorrem cetonúria, acidose e diversos desequilíbrios eletrolíticos. É imperativo que se identifique a cetoacidose, pois trata-se de uma emergência clínica.
SINAIS CLÍNICOS:
Poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso
Hiperglicemia e glicosúria persistentes
Cetonúria
Frutosamina aumentada (prova diagnóstica)
Presença de pancreatite ou tríade felina também podem desencadear diabetes melito
É uma doença de animais mais velhos
Obesidade predispõe
EXAMES:
- Glicemia sérica
- Frutosamina
-exame de urina
TRATAMENTO:
- Orientação ao proprietário sobre o comprometimento durante o tratamento
-Insulina- existem vários produtos disponíveis de uso humano e uso veterinário administrados á cada 12 horas
-Curva glicêmica- feita para ajustar a dose da insulina
-Dieta para diabéticos- rações terapêuticas específicas com baixo teor calórico e ricas em fibras
-Dietas ricas em proteína e gordura e pobres em carboidratos
-Antibióticos- em alguns casos ocorrem infecções oportunistas e faz-se necessário
-Hipoglicemiantes orais
CONCLUSÃO:
É importante salientar que diabetes é uma doença geralmente relacionada á gatos idosos e obesos, salvo quando há doenças desencadeantes como por exemplo pancreatite, outra observação importante é o fato de gatos apresentarem hiperglicemia por estresse e até mesmo por coleta de sangue podendo desencadear um diagnóstico errôneo, e neste caso sempre dosar frutosamina e ver presença ou ausência de glicosúria.
O prognóstico nos casos não complicados é bom desde que o proprietário esteja disposto a se comprometer no tratamento, deve-se fazer um controle periódico da glicemia para eventuais ajustes na dose de insulina.



segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

SURDEZ EM GATOS BRANCOS

Os gatos brancos de olhos azuis ou que apresentam olhos ímpares (uma íris de cada cor- um olho azul e outro amarelo) são gatos que apresentam uma predisposição genética para surdez congênita. Alguns gatos brancos podem sofrer de surdez congênita causada por uma degeneração do ouvido interno . Esta condição está associada com olhos de cor azul  . Em gatos brancos com olhos ímpares ( Odd eyed cats), verificou-se que a surdez é mais susceptível de afectar o ouvido do lado de olhos azuis.  Os gatos brancos podem ter olhos de coloração azul, dourado, verde ou cobre ou ainda olhos  impares.
Num estudo de gatos brancos com diferentes graus de deficiência auditiva 1997, 72% dos animais foram considerados totalmente surdos. Constatou-se que o órgão de Corti  ( órgão de Corti ou "órgão espiral", é encontrado apenas em mamíferos, é parte da cóclea do ouvido interno e é fornecido com células ciliadas ou células sensoriais auditivas. Ele evoluiu a partir da papila basilar encontrada em todos os tetrápodes, com exceção de algumas espécies derivadas que a perderam). sofreu uma  degeneração dentro das primeiras semanas após o nascimento,causando uma surdez progressiva e sugerindo que estes animais nunca tinha experimentado todas as sensações auditivas. Verificou-se que alguns meses depois de o órgão de Corti tinha degenerado, o gânglio espiral também começou a degenerar. 

Genética 

O gene que faz com que um gato tenha a pelagem inteiramente branca é um gene dominante de mascaramento. Como resultado, o gato tem uma cor genética de revestimento de base e padrão ou seja o aspécto da pelagem (fenótipo) é branco mas o genótipo é por exemplo vermelho e este indivíduo poderá gerar filhotes de cor vermelha além de filhotes brancos. Quando o gene branco dominante está presente, no entanto, este padrão não será expresso. Um gato que é homozigoto (WW) ou heterozigotos (Ww) para este gene terá uma pelagem branca, apesar do padrão / cor básica. Um gato que não tem esse gene dominante mascaramento (ww) vai apresentar uma cor da pelagem / padrão. É, contudo, possível ter um gato com um revestimento branco, naturalmente sem este gene, como uma forma extrema de manchas brancas , embora isto seja raro - alguma pequena mancha não branca geralmente continua (se apenas durante a idade de filhote). Um filhote branco obrigatoriamente tem um ou os dois pais brancos. E a incidência de filhotes brancos de olhos azuis ou olhos ímpares surdos aumenta significativamente se os dois pais forem brancos. e o padrão de revestimento subjacente é de um gato ponteado (também referido como um padrão de siameses), os olhos azuis podem ser provenientes da genética do gene ponteado. Um equívoco comum é de que todos os gatos brancos de olhos azuis são surdos. Não existe tratamento para esta patologia.