segunda-feira, 18 de outubro de 2010

LINFOMA EM FELINOS



O linfoma, também conhecido como linfoma maligno ou linfossarcoma, é a neoplasia mais comum no gato, sendo responsável por 1/3 de todas as neoplasias felinas e por 90% de todas as neoplasias hematopoiéticas felinas. O linfoma tem origem no tecido linfóide, podendo envolver qualquer órgão ou tecido. Acredita-se que esteja relacionado com o vírus da leucemia felina (Felv), embora relatos mais recentes tenham demonstrado que apenas 25% dos gatos com linfoma são positivos para Felv. Em geral linfomas do trato digestivo , cutâneos e nasais são negativos para Felv; e em mais da metade dos casos, os linfomas renais e multicêntricos são negativos para Felv; os linfomas mediastínicos e do sistema nervoso central (SNC) são caracteristicamente positivos para Felv. Outras formas de linfoma podem ser positivas ou negativas para Felv. O risco de ocorrência de linfoma é também maior em gatos com imunodeficiência felina (Fiv). A idade média geral para gatos com linfoma é 8 a 10 anos; em gatos positivos para Felv a doença surge mais precocemente (idade média de aproximadamente 3 anos) do que em gatos negativos para Felv (idade média de 10 a 12 anos). Não há predileção por sexo ou raça, embora alguns relatos demonstrem incidência ligeiramente mais elevada em felinos machos. A forma anatômica mais comum de linfoma é a do trato digestivo seguida pelas formas mediastínica e multicêntrica (hepatoesplenomegalia e linfadenopatia generalizada). As localizações de tecido extralinfóide em que é menos comum a ocorrência  desta neoplasia são: rim, medula óssea, SNC (comumente linfoma espinal, causando paresia posterior), de pele região nasal, olhos, ossos e pulmões. È rara a ocorrência de linfadenopatia periférica isolada, sendo mais provável que tenha origem em hiperplasia do que em linfoma. È de 40 a 50% a probabilidade de um gato com linfoma renal vir a apresentar subsequentemente envolvimento com SNC. Os sinais clínicos e diagnósticos diferenciais variam de acordo com os órgãos ou tecidos envolvidos.
O diagnóstico é baseado em evidências físicas inespecíficas tais como perda de peso, vômitos, linfadenopatia periférica, e alterações relacionadas com o tipo de linfoma apresentado.  Podem-se efetuar os seguintes exames complementares:
-hemograma
-teste para Fiv / Felv
- histopatologia ou citologia
-biópsia intestinal
-perfil de bioquímica sérica e urinálise
-imagens torácicas e abdominas
-aspirado e citologia de medula óssea
-punção para obtenção de LCE e citologia
-biópsia cutânea e histopatologia
O tratamento se baseia em terapêutica primária- quimioterapia combinada e no caso de linfoma linfocitário do trato digestivo indica-se o uso de clorambucil e prednisolona. A terapêutica secundária baseia-se na terapia de suporte. Com relação ao prognóstico as porcentagens globais de resposta geralmente variam de 50 a 80% e representam uma resposta inicial em torno de 4 a 9 mêses de sobrevida.