domingo, 5 de julho de 2009

CONTROLE DE NATALIDADE EM FELINOS


O controle da fertilidade em felinos é um tema de grande importância dentro da clínica de pequenos animais, visto que uma única gata pode gerar indiretamente milhares de filhotes em um curto período de tempo. Este controle pode ser feito através da intervenção cirúrgica ou castração do gato macho denominada orquiectomia no qual se removem os testículos, assim como da castração da fêmea denominada ováriosalpingohisterectomia (OSH) através da qual se removem os ovários e parte do útero, cessando definitivamente as manifestações de cio . Sendo que este procedimento é considerado de eleição para controle de natalidade em felinos. Deve-se dizer que os animais castrados não mudam de personalidade, mas apenas tornam-se mais calmos e mais caseiros uma vez que o instinto sexual é reprimido, desta forma as vezes também tendem a ganhar peso o que pode ser controlado com alimentação adequada. No caso da fêmea os benefícios inerentes ao procedimento cirúrgico incluem uma diminuição de 3 a 7 vezes o risco de desenvolvimento de tumores mamários, sendo que quanto mais cedo se pratica a intervenção, menor é o risco. Extingue também o risco de metrites e piometras (infecções uterinas) assim como de tumores ovarianos e uterinos. No caso da fêmea, existe ainda outro método contraceptivo no qual é ministrado um medicamento oral ou injetável de caráter hormonal também denominado anticoncepcional que cessa as manifestações do cio, sendo amplamente utilizado por tratar-se de um método barato e relativamente simples de ser efetuado, no entanto apresenta amplos efeitos colaterais indesejáveis. Se denominam substancias de ação progestacional àqueles esteróides capazes de provocar uma reação pseudogravídica do endométrio dos mamíferos. Sabe-se que a inibição da ovulação durante a gestação se deve á ação direta da progesterona, e o uso de progestágenos causa um efeito anovulatório impedindo a maturação dos óvulos e consequentemente a ovulação. Os progestágenos causam atrofia das glândulas adrenais por ação direta inibindo a síntese de ACTH hipofisária, e como a progesterona pertence ao grupo dos esteróides adrenais, atua também como glucocorticóide incidindo no metabolismo dos lipídeos e dos carboidratos, tendo como conseqüência aumento de peso. Outra alteração constatada recentemente foi a associação do uso de anticoncepcionais a base de progesterona ao aparecimento de diabetes melito em animais com predisposição ao problema. A progesterona é um hormônio metabolizado de maneira mais completa nas glândulas mamárias sendo que a administração de progestágenos aumenta o numero de receptores hormonais para progesterona na glândula mamaria de caninos e felinos. Sabe-se que 56 % dos tumores mamários são hormônio dependentes e sensíveis a ação da progesterona. A administração de progestágenos é um fator predisponente ao desenvolvimento de tumores mamários em caninos e felinos assim como causa um aumento considerável no tamanho do útero dos animais tratados. A ação progestacional provocada sobre o endométrio predispõe a metrite e piometra ( infecções uterinas). Constatou-se que fêmeas tratadas com acetato de medroxiprogesterona apresentaram piometra em média de 3 a 14 meses após o tratamento, sendo que a média de idade do desenvolvimento de piometra em cadelas não tratadas é de 7 a 8 anos, o que demonstra a ação dos progestágenos na gênese das patologias uterinas. A administração de progestágenos produz um aumento de volume glandular assim como alterações no miométrio similares àquelas observadas na gestação. Se a ação progestacional se mantém constante, o endométrio se torna cístico produzindo uma substancia mucosa que conduz a mucometra (presença de muco dentro do útero), que eventualmente se contamina tornando-se infecciosa e se transformando em piometra, esta infecção se vê favorecida pela diminuição da imunidade do animal e da criação de condições favoráveis á contaminação por bactérias . Os contraceptivos são administrados por via oral ou parenteral, sendo a ultima por via subcutânea e sua aplicação é feita em local oculto uma vez que pode ocorrer descoloração da pelagem no local da aplicação. Os progestágenos injetáveis são de depósito e apresentam efeitos colaterais mais exacerbados do que aqueles utilizados por via oral, alguns animais apresentam vômitos com a administração oral do produto. Portanto o procedimento cirúrgico apresenta amplos benefícios em comparação á administração de anticoncepcionais hormonais.

3 comentários:

  1. OLÁ DR.MELISSA ,PROCURANDO RESPOSTAS PARA MINHAS PERGUNTAS ACHEI O SEU BLOG,DEFINITIVAMENTE PERFEITO PRA MIM QUE SOU APAIXONADA POR GATOS...
    BEM PROCUREI ESSA RESPOSTA MUITAS VESES,TENHO MUITOS GATOS,MINHA GATA MAIS NOVA
    NUNCA ENTROU NO CIO,POR ISSO RELAXEI E NUNCA QUIS DÁR-LHE INIBIDOR..MAS...
    FICOU PRENHE,E ADOREI,OS FILHOTES AGORA ESTÃO COM QUASE 3 MESES,AINDA MAMAM,E ELA JÁ ENTROU NO CIO OUTRA VEZ,..EU QUERIA APLICAR O INIBIDOR,MAS TEMO QUE POSSA FAZER MAL AOS FILHOTES ATRAVEZ DO LEITE..TENHO RAZÃO??OU NÃO FAZ MAL??
    BEM DESCULPE TE AMOLAR COM PERGUNTA,MAS NÃO ACHEI ESSA RESPOSTA EM NENHUM LUGAR..UM ABRAÇO!! IONE

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  2. Olá,

    Vacinei a gata lá de casa e com menos de um mes após a vacina apareceram na parte inferior dela(talvez nas mamas) um monte de bolas que ao passar do tempo foram crescendo. Perguntei ao veterinário que vacinou se a vacina anti-gravidez poderia ter causado isso e o que fazer para curá-la, mas ele não disse nada, apenas disse que a vacian não causou aquilo, e eu não sei o que fazer e muito menos o que é? Estou vendo a hora a bichinha morrer.
    A senhora pode me dizer algo sobre o assunto?

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  3. Olá, tenho uma gata de mais ou menos 3 meses, já posso fazer a castração dela? Ou preciso esperar que ela complete um ano?

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