sábado, 12 de novembro de 2011

DIABETES MELITO EM FELINOS

Diabetes melito é o segundo distúrbio endócrino mais comum em gatos, é uma doença resultante do comprometimento da função e/ou da destruição das células B (beta)-pancreáticas. A diabetes complicada, como cetoacidose diabética, ocorre quando  a deficiência de insulina leva á mobilização das gorduras do corpo para produção de energia. A ocorrência de lipólise resulta no aumento da produção de corpos cetônicos e em acidose. Isso, por sua vez resulta em cetonúria, cetonemia, acidose metabólica, desidratação e vários desequilíbrios de eletrólitos. É imperativo que a cetoacidose seja rapidamente identificada pois trata-se de emergência clínica real. Clinicamente observa-se poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso oque diferencia esta patologia de outras causadoras de hiperglicemia. Podem ocorrer neuropatia diabética e postura plantígrada (característica). Tanto a hiperglicemia quanto a glicosúria persistentes devem estar presentes para diferenciar esse distúrbio de outras causas desses sinais clínicos e da hiperglicemia de estresse. A cetonúria é um teste crítico para o diagnóstico de cetose. Quando não se tem urina para o teste, pode-se usar sangue. O teste de frutosamina sérica determina o nível médio de de glicose para as 2 semanas precedentes. Pode ser utilizado para diferenciar hiperglicemia persistente e hiperglicemia de estresse. A cetoacidose deve ser identificada imediatamente, porque gatos acometidos podem morrer dentro de poucas horas se não forem tratados de forma adequada e intensa. Cetonúria pode ser causada por anorexia ou inanição. Quando está ocorrendo cetonúria, antes de diagnosticar cetoacidose diabética, certificar-se de que estão presentes os demais sintomas de diabetes. São comuns as infecções do trato urinário e a doença periodontal em gatos diabéticos, esses eventos dificultam muito sua regulação. Pancreatite crônica pode levar ao surgimento de DM, pela destruição das células B. Eventualmente, a pancreatite pode limitar a função pancreática exócrina e causar insuficiência pancreática exócrina. Quando estão presentes sinais de IPE deve ser efetuado o teste de imunorreatividade similar á tripsina específica para felinos. O tratamento consiste no controle sintomático, na administração de insulina (ultra lenta / lenta NPH / PZI), dieta apropriada, hipoglicemiantes orais (glipizide) e controle de doenças intercorrentes. Procurar manter a glicemia entre 100 e 250 mg/dl e observar se não ocorre "Efeito Somogy" (hiperglicemia de rebote).